Há quem diga que essa é, senão a, uma das "cerejas do bolo" de Bento XVI, ou seja, algo de grande importância, que vem para complementar tudo o que já foi feito por Sua Santidade até agora... Podemos tirar por base o trabalho que vem tendo o papa, desde o início de seu pontificado, em promover a questão da fé, que, em muito, vem sendo deixada de lado, sendo esquecida: parece que se perdeu o verdadeiro sentido e o valor que tem a fé para a vida cristã.
A publicação dos livros Luz do Mundo e Jesus de Nazaré, de vários documentos, como o Deus caritas est e Verbum Domini e a proclamação do Ano da Fé (através da Carta Apostólica sob forma de Motu proprio Porta Fidei) nos traz um panorama da sua grande preocupação em mostrar Deus e transmitir a fé, fundamentos básicos para a vida do cristão.
Não sem razão Bento XVI já há algum tempo vem frisando tanto a questão da fé. Hoje percebemos uma grande secularização dela, dos valores que o católico tem, fato que conduz a um relativismo e individualismo muito profundos, verdadeiros "pesos", que para nada mais servem senão desorientar a vida da Igreja, que sempre pregou a vivência comunitária, a boa relação entre as pessoas, o Amor, a Caridade (em seu sentido mais amplo, de Caritas, aquele amor incondicional, não meramente assistencial, mas total).
Para tanto, é necessário que haja algo que una as pessoas, um interesse comum, que é a fé, o compromisso cristão sem reservas, a busca incessante pela Vida (não simplesmente a dignidade desta vida, mas a Vida Eterna, fruto da nossa caminhada na fé). Podemos até buscar as coisas deste mundo, essenciais para a nossa "estadia" por aqui, mas devemos aspirar às coisas do alto (cf. Col 3, 2), ou seja, tudo o que fizermos aqui, seja para o louvor e glória da graça de Deus (cf. Ef 1, 6), que é a única coisa de que precisamos, assim como o próprio Senhor nos disse ao dirigir-se a São Paulo: "basta-te a minha graça!" (2Cor 12, 9).
Vivemos neste mundo, mas não para ele. A nossa "estadia" aqui (digo estadia por ser uma caminhada, um tempo, algo transitório) serve justamente para que vivamos de acordo com os preceitos revelados a nós por Deus, para que cumpramos o objetivo da Igreja: "responder ao chamamento universal da santidade" (Instrumentum Laboris, 11 citando Lumen Gentium), que vemos já, com muita clareza, nas cartas paulinas.
Enfim, devemos trabalhar a Nova Evangelização para que a fé seja comunicada com entusiasmo (cf. Instrumentum Laboris, 9). Apenas desse modo é que as pessoas poderão viver seguindo os preceitos que nos foram dados por Deus, por seu Amor.
O Ano da Fé inicia-se em poucos dias, a 11 de outubro, no cinquentenário da abertura do Concílio Vaticano II e no vigésimo aniversário da publicação do Catecismo da Igreja Católica, que são as referências mais acertadas para a construção da nossa fé em Deus, juntamente com as Sagradas Escrituras.
No Brasil, outrossim, vivemos uma realidade ainda mais feliz, não por um motivo, mas dois (relacionados): a próxima Jornada Mundial da Juventude (que irá acontecer no Rio de Janeiro, em plenas atividades do Ano da Fé) e a Campanha da Fraternidade que, no próximo ano, terá como foco a juventude (justamente por causa da JMJ 2013). Não poderíamos ter oportunidade melhor para viver a Nova Evangelização, sobretudo para a juventude, que, em muito, sofre com o secularismo e todos os problemas já ditos antes. A Igreja deve fazer de tudo para que não perca a força que têm os jovens. A nossa missão é transmitir a fé àqueles que ainda não a conhecem.
As cartas já foram mostradas. Basta-nos fazer nossas "estratégias" para que as pessoas conheçam a verdadeira alegria de viver em Cristo e manifestem em suas vidas tal vigor. Subsídios não nos faltam (e não irão faltar, já que uma grande quantidade de materiais está sendo produzida para promover todos esses eventos).
Agradeçamos a Deus por nos permitir viver tamanha graça!
Paz e Bem!

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