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terça-feira, 23 de abril de 2013

Novos rumos para a educação no Brasil

Olá, caros amigos!

Depois de um (longo) tempo, retorno aqui para falar um pouco sobre educação.
Hoje, enquanto esperava o pessoal da casa chegar da faculdade para o almoço, eu dei uma olhada nas notícias da Folha de São Paulo e fiquei, no mínimo, espantado com a manchete do caderno Mercado: "Gigante global de ensino terá cerca de 14% do mercado brasileiro". O tópico frasal da reportagem diz o seguinte: Em uma operação bilionária, o maior grupo de educação do mundo, o brasileiro Kroton, distanciou-se na liderança ao fundir-se com a Anhanguera (o negrito é meu).
Para qualquer brasileiro que vê uma notícia dessas, a primeira impressão que se tem é que a educação do nosso país está tomando um rumo mundial (afinal, a [ex-]líder do mercado mundial, Kroton, fortaleceu-se ainda mais ao fundir-se com a Anhanguera).
Sem mais delongas, vamos direto ao que nos interessa.
Aqui, posso até ser um pouco ofensivo demais para com algumas pessoas, mas se engana profundamente quem pensa que isso é algo de bom para o Brasil. Isso mesmo!
O motivo pelo qual digo isto é bem simples: a educação no nosso país é uma porcaria (para não ter que usar palavras de menor calão) e não foi por acaso que eu escrevi "mercado" acima e fiz questão de grifar.
Com efeito, tomemos a situação de algum país europeu, a Bélgica, por exemplo. Não sei se todos sabem, mas lá não existe convênios médicos particulares (os nossos tantos planos de saúde que temos por aqui). E como é a situação da saúde lá, se não há esse tipo de serviço? Simplesmente um dos melhores sistemas do mundo! Lá não existem convênios médicos particulares porque, se tivessem, entrariam em falência. Mas por quê? Porque o sistema público de saúde de lá é tão eficiente que não se troca por qualquer tipo de convênio.
Eu falei brevemente da situação belga para poder introduzir a discussão.
Você acha que, se no Brasil tivesse um bom plano de educação, haveria tantas instituições de ensino particulares (ainda mais o fruto dessa nova fusão, que se direciona para alunos das classes C e D)?
Abramos os olhos! Percebamos que isso só é possível porque o sistema público é tão defasado que permite brechas imensas (como essa situação que descrevemos). Se realmente a questão da educação (e tantas outras) fosse tão bem tratada, podemos ter certeza de que a situação não seria essa.
Se essa fusão é motivo de alegria para algumas pessoas (ou, que seja, para a maioria), para mim, é motivo de completo desgosto e, até mesmo, desprezo (em certo sentido). Afinal, quem são os únicos que saem ganhando com isso? Para não responder agressivamente como um professor meu, digo que são aqueles que levam à frente a administração do Governo (seja municipal, estadual e, sobretudo, nacional) e os "donos" das referidas organizações de ensino. Para aqueles que acham que é uma grande conquista para as pessoas de classe média e baixa, muito se enganam, já que a única coisa pelo que essas megainstituições prezam é o comércio da educação.
Essa semana eu vi em uma página de uma rede social um manifesto que dizia que um país rico é um país com educação...
Abramos um breve parêntese aqui.
Não quero com isso dizer que eu discordo das políticas do Governo federal, sobretudo ir contra a tão famosa máxima de que um país rico é um país sem pobreza, afinal, prezo muito por isso e acho que todos nós, seres humanos, devemos ter o mínimo de dignidade. Só não concordo com a falta de coerência dele, que, em muito, passa despercebida aos olhos do povo.
Além do mais, procura erradicar a pobreza, mas incentiva a criação de entidades para educação justamente daqueles que mais precisariam de um sistema público de qualidade - os membros das classes C e D.
Fechemos o nosso parêntese.
Devemos atentar para o fato de que caminhamos cada vez mais para o fundo de um poço do qual já quase não se pode ver a luz que vem de seu orifício superior, tão grande é a profundidade em que nos encontramos.
A questão é que será muito difícil que a educação (como a saúde, a cultura etc.) chegue a um ponto em que essa situação seja revertida. Os principais motivos são dois: o primeiro, que se manifesta claramente, é que não temos estrutura para tanto (fruto do descaso por longas décadas, que nos fez chegar onde estamos); e o segundo é que não é de interesse dos Governos revertê-la, afinal, é mais "vantajoso" receber bilhões por ano em impostos dessas instituições (para serem, em muito, roubados) do que se responsabilizar pelo encargo.
Concordo que algumas terceirizações sejam positivas para o progresso do país, mas não em matéria de algo tão essencial para o seu desenvolvimento e de maneira tão efetiva.
Neste ponto, podem me perguntar: então você é contra as instituições privadas de ensino em favor das públicas? Sim. E não.
Na verdade, não concordaria muito também se toda a educação fosse pública, afinal, correríamos o risco fácil de que certas ideologias (que alguns do Governo procuram promover) fossem incutidas aos estudantes, podendo até chegar ao nível de uma "ditadura natural", uma lavagem cerebral (como vemos, por exemplo, na Coreia do Norte).
Eu apoio o ensino público e o privado também, mas, no caso do privado, prefiro que sejam instituições sérias, que não tenham por visão apenas o lucro, e sim a formação dos cidadãos. Afinal, quem pensa que uma escola com essas dimensões (as dessa nova fusão) pensa na formação dos alunos está totalmente enganado. Se assim fosse, não seria tão fácil ingressar em uma universidade com essas. E neste ponto, eu acho que muitos compartilham o mesmo sentimento que o meu: é manifesto que as grandes universidades públicas do Brasil, como USP, UNESP, UNICAMP, UFV, UFRJ, UFBA, e tantas outras são disparadamente mais respeitadas (e, por isso, a dificuldade em passar no vestibular delas), já que têm vagas com ótimas oportunidades e, por isso, são disputadíssimas.
Não querendo me vangloriar, mas tenho que admitir: conheço gente que se formou nessas megainstituições e que sabem menos do assunto em que se formaram do que eu, reles leigo.
Enfim, já está na hora de o povo brasileiro abrir os olhos para a realidade e começar a refletir um pouco sobre onde está indo ao entrar (e se deixar levar) na correnteza das ideologias dos grandes, os quais mal conhecemos o nome e, menos ainda, a audácia (para não dizer a malandragem).

Para quem quiser ver a reportagem, segue o link:
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2013/04/1267094-fusao-brasileira-de-r-5-bilhoes-cria-gigante-global-de-ensino.shtml

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