Sejam muito bem-vindos

É um prazer recebê-los aqui no meu blog.

Por aqui, vocês irão encontrar informações das mais variadas categorias.

Fiquem à vontade e, se possível, deixem comentários.

Pax et Bonum. (Paz e bem)

quarta-feira, 4 de abril de 2012

O encontro do homem das dores com a mulher dolorosa

Publico a seguir um texto muito bonito, de autoria do amigo padre dom Gregório:
"Encontro! Da realidade e da amplidão de significância desta palavra depende tudo na vida. Tudo se origina de um encontro. Tudo de bom, tudo de menos bom. Do encontro amoroso eterno da Santíssima Trindade originou-se, como transbordamento de amor, a Criação de tudo que existe. Do encontro de Deus com o homem, obra sua, originou-se uma história de amor e harmonia que, rompida pelo pecado, se tornaria “história da salvação”. Dos vários encontros de Deus com os homens ao longo de tal história, originou-se um povo chamado a ser sinal erguido entre todos os povos, um sinal que propagasse a “saída” para a nossa vida: esta saída era a comunhão, a aliança com Deus. Muitos encontros ao longo dos tempos revelaram-nos Deus fiel, amante do ser humano fraco e propenso à infidelidade. Mas um encontro excelente, inigualável, estava ainda por acontecer... E aconteceu no evento maravilhoso da encarnação, quando a doação e o esvaziamento infinitos de Deus encontraram a acolhida generosa de Maria: E o Verbo se fez carne e habitou entre nós... Desde então, Deus voltou a passear com os homens sobre a terra, tal como descrito no Gênesis sobre os primeiros dias da criação. Desde este encontro, o caminho foi redescoberto, o caminho para Deus indicado no rosto tão humano de Jesus! E este rosto tão humano de Jesus não fez outra coisa senão revelar o rosto do Pai: misericordioso, acolhedor, perdoador, benigno, compassivo, infinitamente paciente, e, por estas mesmas razões, todo poderoso. Mas este rosto tão humano de Jesus mostrou também ao Pai o rosto de cada pessoa que vem a este mundo: rosto de menino, de jovem crescendo e confrontando-se com o mundo, de homem que trabalha, de mãe que sofre calada, de medo da morte, de sensação de fracasso, de lágrima quente de amor, de intuição do abandono... Jesus realmente nos revela Deus! Jesus realmente nos revela a nós mesmos... O menino especial de Belém, o adolescente e jovem oculto de Nazaré, o homem que vai tomando consciência de sua origem sem igual, o Filho de Deus que vai revelando o Pai enquanto instaura e anuncia um novo Reino por onde anda... avançava para um encontro definitivo, depois do qual, livre das leis do tempo e do espaço, se encontraria com todos os seres humanos permanentemente, pois, atraindo-os para Si, iria habitar em seus corações fazendo dos mesmos o templo de Deus... O menino avançava para o encontro pascal com a cruz, para o abraço ao santo lenho que mudaria para sempre a história do mundo, pois vencida a morte a partir de dentro torná-la-ia inofensiva a todos... O Filho do Homem avançava para o encontro do Calvário, mas antes, uma vez mais, de modo triste e terno, encontra-se na via crucis com a sua Mãe que logo mais passaria a ser, aos pés da cruz, nossa Mãe. Em Maria, nossa melhor expoente, nossa máxima representante, se dava o encontro do Filho com a Mãe, mas ao mesmo tempo o encontro de toda a humanidade com Deus! Doravante a dor e o sofrimento humanos são povoados por uma presença materna; doravante a dor e o sofrimento das mães são preenchidos e habitados por uma presença divina. Nenhuma lágrima humana cai no vazio, no sem-sentido. Não! Todas são recolhidas e guardadas no coração de Deus. A ternura corajosa de Maria, vencendo a brutalidade hedionda daquele cortejo de subida de três condenados ao Calvário, comoveu o Céu para sempre... Naquele encontro o Céu também ganhou uma Mãe, Rainha dos Anjos e dos Santos. Uma Mãe compassiva. Neste momento, resplandeceu já a vitória da Ressurreição... Mas... Ainda que não tivesse se dado a Ressurreição, graças a este encontro de Jesus sofredor com Maria desolada no caminho para o Calvário, saberíamos do sentido da dor e do sofrimento do Filho do Homem e de todos os homens: tal sentido reside no amor, no amor expresso nos olhares cruzados de Jesus e Maria... Oxalá também nós, em nossas via-crucis cotidianas, cruzemos o nosso olhar com os olhares de Jesus e Maria... Então o sentido brilhará. Então a salvação entrará em nossa casa.
Pe. Dom Gregório Maria Botelho, OSB Oliv."
Lindo texto, reproduzido aqui na íntegra. Sugere reflexão profunda, sobretudo neste tempo de conversão em que vivemos. Muito bom para pensar no sentido da Semana Santa, como forma de ajudar a, de fato, reconhecermos o verdadeiro mistério que iremos celebrar logo mais, na Solenidade das solenidades, a Páscoa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário