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Pax et Bonum. (Paz e bem)

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Carta aos jovens da Paróquia Santa Rosa de Lima - Jundiaí, por ocasião da JMJ 2011 Madri

Aos jovens da Equipe JMJ 2011 da Paróquia Santa Rosa de Lima,
“A vós [...] amados de Deus e chamados à santidade, graça e paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo.” (Rm 1, 7)
Inicio com esta saudação paulina aos Romanos para frisar a verdadeira identidade de vocês: amados de Deus, como merecedores de toda a Criação e chamados à santidade, que nada mais é do que a aproximação do seu coração ao de Jesus Cristo, da parte de quem, junto com o Pai, é dirigida esta saudação.
O primeiro combate, dentre muitos que virão, está se encerrando e, se eu estou bem informado, vocês são os vencedores. Depois de tanto trabalho, tantas folgas entregues aos serviços, muitas vezes maçantes, hoje vemos que não foram em vão... Uns mais, outros menos, mas, como disse São Paulo, “Quem recolhera muito não teve em excesso; quem recolhera pouco não sofreu penúria” (2Cor 8,15).
Agora está chegando a hora da próxima batalha. “Portanto, deixemos as obras das trevas e vistamos as armas da luz” (Rm 13, 12), para que, escorados na palavra e fortalecidos pelo Espírito de Deus, possam, não ao fim desse evento, mas de toda a vida, dizer como São Paulo: “Combati o bom combate, terminei minha carreira, guardei a fé” e, ainda, concluir: “Desde já me está reservada a coroa da justiça, que me dará o Senhor, justo juiz, naquele dia.” (2Tm 4,7-8).
Vale ressaltar aqui a importância do Espírito de Deus em seu meio. Como disse o saudoso Papa João Paulo II, por ocasião do XIII Dia Mundial da Juventude, no Domingo de Ramos de 1998, “é o Espírito que estimula a missão evangelizadora da Igreja”. Toda essa preparação que vocês estão fazendo é essencial para que sintam o verdadeiro sentido dessa missão que foi proposta para vocês. E é com a força do Espírito Santo que se leva o nome de Jesus Cristo a todos os povos. São Lucas nos cita as palavras que Ele disse aos seus discípulos: “O Espírito Santo descerá sobre vós e d’Ele recebereis força para serdes minhas testemunhas [...] até os confins da terra.” (At 1,8).
Tudo o que vocês irão fazer enquanto estiverem em peregrinação, será feito em nome de Cristo e da Igreja, dos quais são representantes genuínos e fiéis. Isso porque o próprio Jesus nos diz, no fim do Evangelho de São Mateus: “Ide, portanto, e fazei que todas as nações se tornem discípulos [...] e ensinando-as a observar tudo quanto vos ordenei” e, para terem a certeza de que não estarão sozinhos, ele completa: “E eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos.” (Mt 28, 19-20). Percebam que ele não usa o verbo no passado nem no futuro (estava ou estarei), mas sim, no presente, “estou”, para reafirmar que não nos abandona em momento nenhum: estava conosco, está conosco e sempre estará conosco, pois o que é presente por excelência não se ausenta em momento nenhum. Por isso, se alguma dificuldade os afligir daqui para frente, não se esqueçam: “Sede sóbrios e vigilantes. O vosso adversário, o diabo, rodeia como um leão a rugir, procurando a quem devorar. Resisti-lhe firmes na fé.” (1Pd 5, 8-9). Essa fé nós encontramos em Cristo, que se faz presente conosco, ao nosso lado, por toda a nossa vida.
Podemos, ainda mais, confirmar isso com a passagem bíblica da Instituição da Igreja, onde Jesus diz a Simão: “Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno NUNCA prevalecerão sobre ela.” (Mt 16,18), ou seja, apesar das dificuldades por que passamos, jamais o demônio conseguirá nos derrubar, prevalecer sobre nós se estivermos em comunidade, formando a Igreja de Cristo.
Essa unidade da Igreja é citada, também, pelo já mencionado papa João Paulo II: “Escrevendo aos cristãos de Corinto, Paulo insiste sobre a unidade fundamental da Igreja de Deus, comparável à unidade orgânica do corpo humano, na diversidade de seus membros.”
Para nos evidenciar ainda mais a importância que vocês jovens têm para a Igreja, cito um trecho de uma mensagem do Concílio Vaticano II aos jovens, publicada em 7 de dezembro de 1965: “Olhe para ela [a Igreja], e você vai encontrar nela o rosto de Cristo, o verdadeiro, humilde e sábio, o profeta da verdade e do amor, o companheiro e amigo da juventude”. Percebam que tudo converge para o seu bem se, de fato, fizerem essa peregrinação com o espírito renovado e com o coração alegre pela manifestação de Jesus Cristo, cume da nossa fé, nas suas vidas.
Não tenham medo de anunciar a Boa Nova de Deus às nações, pois, como disse o nosso Papa Bento XVI no texto “Como o Pai me enviou, também eu vos envio (Jo 20,21)”, “a fé se fortalece quando transmitida”, e é pela fé que vemos a luz de Cristo, verdadeira luz e, a partir desta luz, poderemos ver a luz que nos ilumina (cf. Sl 36 [35], 10).
Mas, afinal, para que fazer tudo isso?
A resposta encontramos na mensagem de João Paulo II por ocasião do XIII Dia Mundial da Juventude, já citado antes: “Aqueles que aprenderam de Jesus – de modo tão imperfeito e com tanta dificuldade – a orar, amar e partir em missão, agora rezam, e amam genuinamente, são verdadeiros missionários e verdadeiros apóstolos”, isso, porque reconheceram que é em Cristo que receberão a salvação; é Ele o verdadeiro salvador, diante do qual todo o coração se sente inflamado de alegria, pois reconheceram seus mistérios e seu plano de salvação e receberam-no nos sacramentos. A partir daí, não conseguiram guardar tanta felicidade e logo partiram para anunciar que Cristo havia ressuscitado (cf. Lc 24, 32ss). E é por isso que esse papa completa: “Durante a sua vida pública, as palavras e os gestos de Jesus não puderam alcançar senão alguns milhares de pessoas, num espaço e lugar definidos. Agora, essas mesmas palavras não conhecem limites de espaço nem de cultura”.
Bento XVI, referindo-se à missão evangelizadora nos diz que “este é o serviço mais precioso que a Igreja pode oferecer à humanidade e a cada pessoa que procura as razões mais profundas para viver plenamente a sua própria existência”.
Como já é de conhecimento de alguns, o Salmo 67 nos dá uma injeção de ânimo: “O senhor anuncia uma notícia, os mensageiros são um exército imenso. Os reis inimigos fogem, fogem. A dona da casa reparte os despojos.” (cf. Sl 67 [68], 12-13). Essa deve ser a sua alegria! Com quantos milhões de jovens vocês irão se encontrar e, apesar de falarem cada um de um jeito, com idiomas diferentes, todos estarão anunciando na mesma língua, a do Espírito Santo. (Depois que vocês cantarem e dançarem o “Ide e anunciai a meus irmãos” numa roda com gente do mundo todo, cada um cantando do seu jeito, mas todos cantando a mesma coisa, vai ficar mais fácil entender isso...).
O Senhor nos deu uma notícia. Vão! Anunciem-na a todas as pessoas. Esta é a ocasião. Vocês compõem um exército imenso, não só de pessoas, mas de anjos que os acompanham e do Espírito Santo também. É por isso que os inimigos fogem, e o salmista repete o verbo para deixar bem claro que nenhum deles poderá resistir à sua força. Cabe à dona da casa repartir o que sobrou entre o povo. Para explicar, a dona da casa é a esposa do vencedor, ou seja, a Igreja, fidedigna esposa de Cristo, o vencedor por excelência. É por Ele que vocês também são vencedores!
Vão navegar para as águas mais profundas, saiam do comodismo e anunciem, façam “brilhar o conhecimento da Glória de Deus, que resplandece na face de Cristo.” (2Cor 4, 6), e manifestem para o mundo que o sublime deste amor provém de Deus, levando os sofrimentos de Jesus em nosso corpo, para que sejam, também, sinal de que ele está ressuscitado.
Sabemos que a messe é grande e, apesar de muitos, os mensageiros ainda são poucos (cf. Mt 9,37). Por isso, anunciem a Boa Nova para que, cada vez mais, esse exército se fortaleça, tanto no corpo quanto no espírito.
Para propagar o amor de Deus, façam como Maria fez: mais do que na cabeça, ela levou-o no ventre (Jesus), no mais íntimo do corpo, como um sacrário. Assim também vocês devem levá-lo para as outras pessoas: não com a inteligência, mas com o coração, porque é no coração que o Espírito se manifesta. E façam tudo isso por amor, pelo mesmo amor que levou Jesus a se entregar na cruz por todos nós.
Ariane, Elaine, Ester, Everaldo, Guilherme, Lilian, Marcel, Mariana, Murilo, Natália, Priscila, Renato, Tiago, Daniela, Bianca, Nicolas, padre Márcio e Renan (para não haver discórdia, coloquei em ordem alfabética...), a contagem dos dias já não importa mais, afinal, vocês já estão bem próximos da partida, mas não uma partida definitiva, e sim um retiro, onde se deixa o homem velho e se traz o homem novo, com o espírito renovado e, quando voltarem, continuem anunciando a Boa Nova aos povos, não sejam egoístas a ponto de guardar tanta graça dentro do próprio coração, afinal, estará transbordando. Façam com que essa fonte que transborda encha, também, a taça de muitas outras pessoas que têm seu corações como um deserto árido e sequioso, sem água.

E lembrem-se sempre do que São Paulo disse aos Romanos: “A esperança não decepciona” (Rm 5,5).

Meus votos são de boa viagem e que vocês possam se realizar nessa peregrinação, voltar renovados e cheios de histórias boas para contar (estou vendo o Facebook como vai ficar quando voltarem...).
Saibam que eu rezo por vocês todos os dias e não deixarei de dar apoio, que seja através de orações, a todos, afinal, vocês merecem.

Obrigado pela amizade,
Elias.

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